Verba
7 500 €
Área de Intervenção
Espaço Público e Espaço Verde
Proponente(s)
Maria Sofia Milheiro Geraldes Gonçalves
Localização
São Miguel de Acha
nº 14
Alíneas g) e k) do n.º 2 do artigo 14.º do Regulamento do Orçamento Participativo do Município de Idanha-a-Nova
Forno Comunitário
Forno Comunitário “Portugal é um país de tradições e o pão é uma tradição popular. Durante séculos o pão foi o alimento base das famílias e era feito em fornos de lenha, os chamados “fornos comunitários”. Os fornos comunitários eram utilizados pelos habitantes da localidade com o objectivo de cozer a massa do centeio/trigo/milho que, anteriormente, tinham semeado nas terras de cultivo. Estes fornos, cujo material de construção era a pedra, dispunham no seu interior de uma abóbada de pedra dura e rija, e como eram feitos para ser utilizados por todos os habitantes da aldeia, eram fornos grandes, pois coziam de cada vez 5 a 6 alqueires de milho, de trigo ou centeio. As famílias juntavam-se, punham a lenha a arder, quando viam que o forno estava quente, iam buscar a maceira de massa, limpavam as brasas do forno, cada uma trabalhava a sua massa e colocavam o pão dentro do forno, no qual era antes posto um sinal, para assim ao tirar o pão cozido do forno sabiam pelo sinal a quem pertencia. Servia também para em dias de festa a comunidade se juntar e cada família à vez assava as carnes e os bolos mais leves e punham a conversa em dia enquanto aguardavam. Em muitas aldeias havia a “forneira” que aquecia o forno, tratava da lenha, deitava o pão e cuidava dele durante a cozedura. Nesses casos a “forneira” tinha direito a uma “maquia” que era um pão por fornada. Sempre que se juntavam no forno para cozer o pão, tinham a preocupação de o fazer em grandes quantidades para evitar tirar a vez aos restantes habitantes, já que o hábito era juntarem-se famílias e juntos cozer grandes fornadas. Hoje, embora os fornos comunitários tenham perdido a importância socio/cultural e económica de outos tempos, com a chegada do turismo rural dá-se um volte-face e procuram-se de novo sabores e paladares de “antigamente”!” São Miguel de Acha quer apostar nessa recuperação desses espaços por forma a disponibilizá-los à comunidade.